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Língua Portuguesa, História e Comunicação



Deve-se ter sempre em mente que as línguas românicas originaram-se do latim vulgar e não do latim clássico. Logo, a origem das línguas neolatinas está na língua falada, na língua das classes populares de Roma, e não na língua escrita ou literária. (GOLART; SILVA, p. 30)



   
   A língua portuguesa como outras descende do latim, língua falada pelo povo romano que habitava o Lácio, um pequeno estado da península Itálica. Com as transformações políticas, históricas e geográficas, mediadas por conflitos e a ocupação da Península Ibérica pelos romanos, a língua falada e os costumes passaram a ser a dos conquistadores romanos, os quais venceram as batalhas em prol da conquista. O latim existia em duas modalidades, o vulgar e o clássico, sendo o primeiro de uso do povo, o qual tinha contato com os navegantes. Já o latim clássico prestava-se a sociedade ilustre, a minoria dentre as classes sociais e que prestigiava o clássico nos registros documentais e literaturas elíticas.
   O latim vulgar predominou devido à demanda de falantes, e no curso do tempo com as transformações sociais, a língua sofreu mudanças. Novas línguas surgiram, as quais são denominadas línguas românicas e/ou neolatinas, é o caso da língua portuguesa que falamos hoje. Antes de nossa língua materna chegar a essa estrutura formal ou informal, ela passou por uma série de mudanças, e continuará a mudar conforme o passar dos tempos, e em outros períodos históricos, outras sociedades terão vários registros da mudança linguística, para compreender o passado e os primeiros povos. Segundo a revista mundo estranho, em nosso planeta fala-se 6912 idiomas, desta numeração pelo menos oito línguas são neolatinas, ou seja, descendem do latim, tais como: o italiano, francês, espanhol, catalão, galego, português, provençal e o romeno. 
   O latim é considerado uma língua morta, isto porque ninguém a utiliza no processo comunicativo, no entanto, no vaticano o idioma ainda é utilizado em documentos oficiais. Quando o Vaticano foi fundado a língua oficial da região do mundo era o latim, e por muitos séculos se prestava ao domínio das questões do Estado e da Igreja. Apesar de ser considerada uma língua morta, ainda há estudiosos, pesquisadores e curiosos que a utilizam.
Com o objetivo de difundir o latim, em 2012, o papa Bento XVI inaugurou um departamento que promove o estudo e o uso do latim, tanto dentro da igreja católica, quanto fora. Contudo, percebe-se que apesar das mudanças linguísticas, a origem raíz dos falares neolatinos continua a ser mencionada entre as nações, portanto pode-se dizer que ela não é uma língua morta, apenas pouco lembrada e valorizada. (Por: Cleane Fernandes)


Você sabia?   


   A comunicação é mediada pela linguagem, esta que se faz tanto pelo ato verbal, quanto não verbal, ou seja, para nos comunicarmos podemos utilizar da fala, da escrita, de imagens, expressões e gestos. O contexto é fundamental para a compreensão de determinadas mensagens, seja na comunicação visual e/ou oral.
   O semáforo é um dos exemplos de linguagem não verbal, quem vive na correria da vida urbana sabe o significado de cada cor desta linguagem, e como deve proceder quando as cores estão em destaque, este tipo de linguagem serve para organizar a sociedade e proteger à vida, de forma compreensiva e sem a necessidade da fala.
   Quando nos encontramos em um parque ou mesmo na escola, estamos constantemente nos comunicando com colegas, professores e funcionários através da fala, este é um exemplo da linguagem verbal.


Veja os exemplos abaixo:




 


Linguagem verbal        Linguagem não-verbal


                 Linguagem verbal e não-verbal



Referências das imagens

Linguagem Verbal. Disponível em: <http://thalittamc.blogspot.com.br/2012/11/verbal-filosofia-o-que-e-linguagem-o.html>

Linguagem não verbal. Disponível em: <http://rafael2808.blogspot.com.br/2011/04/o-que-e-linguagem-meio-pelo-qual.html>

Linguagem verbal e não verbal. Disponível em: <http://acervodeprofessor.blogspot.com.br/2012/04/exercicios-linguagem-6-ano.html>



Assista o vídeo a seguir que mostra de forma interativa a linguagem de forma geral.






(Fonte: http://www.youtube.com/watch?v=okECchXzr0o)



Língua e fala


      A língua é um fenômeno linguístico que pertence à sociedade e só existe a partir do acordo coletivo, ou seja, dentro de determinada sociedade é acertado entre os falantes algumas regras, para que a comunicação entre os usuários do mesmo signo linguístico seja decodificada.

   A fala é a língua em uso, ou seja, ao conhecer a língua de sua comunidade de fala, o indivíduo a domina, porém, ao seu modo individual, pois cada homem; mulher; criança e idoso tem características linguísticas próprias, que são influenciadas pelo seu ambiente familiar e/ou social.


Mudança linguística


   Pode-se exemplificar como mudança linguística, o que ocorreu com a língua portuguesa, a qual no período colonial era o Tupi-guarani. Com a chegada dos portugueses a língua ficou no estagio que se chama de “intermediário”, o qual dá-se o nome de “Romanço”, ou seja, é um dialeto formato pela influência de outra língua. A língua portuguesa só existia dialeticamente no português de Portugal após a colonização e imposição cultural da coroa portuguesa, de forma que influenciou o falar nativo, o qual fora abandonado pela língua dos colonizadores. Fala-se atualmente no Brasil, o português brasileiro, o qual passou por mudanças após a quebra do vínculo com Portugal.  Os brasileiros de hoje não falam como os nativos de 1500, e não falam como os portugueses. A mudança pelo viés histórico deu outro caráter ao falar brasileiro, um falar típico e próprio de cada região com suas respectivas regras.


A língua no contexto histórico brasileiro: do século XVI ao século XVIII

                
[...] “A situação do Brasil, durante os dois primeiros séculos coloniais, apresentava-se, na prática, como uma mistura de nações e etnias e, consequentemente, de línguas. Muito embora os portugueses considerassem apenas a língua dominante na costa como o idioma da terra, que teriam de aprender para garantir os frutos da conquista, um grande contingente de falantes de outros idiomas nativos se alinhava do leste para o interior. Estabeleciam, geograficamente, outra realidade cultural desprezada pelos missionários, mas que interferia no quotidiano de todos, índios e não índios, incluindo negros e mestiços. O aprendizado do que veio a se chamar “língua geral” era o aprendizado do tupi antigo, repartido, linguisticamente, em vários subgrupos locais, que definiam a fala típica litorânea.”.
 “Do lado português, mais que reações noológicas, havia o interesse prático, forçando o aprendizado da língua da terra, a primeira, cujo resultado foi uma forma de expressão adaptada à maneira de falar de cada um dos aprendizes. Nem o tupi puro, nem o português puro, mas um e outro com alterações em alguns dos planos estruturais das linguagens, o fonético, o sintático, o lexical. Veja-se, a exemplo, a afirmação de D. Jeronymo Contador D’Argote (“Dos dialetos da língua portuguesa”, 1725, ap. Vasconcellos, 3ª ed., 1987, folha de rosto): “O modo com que se falla a lingoa portuguesa nas terras, v.g. da Beira é diverso do com que se falla a mesma em Lisboa, porque em uma parte se usa de umas palavras e pronúncia, e em outra parte se usa de outras."  [...].


Proposta de Atividades



1. Observe as imagens a seguir e descreva com suas palavras qual é o tipo de linguagem e se elas são verbais e/ou não verbais. Justifique.




 Fonte: (<http://mateusbrandodesouza.blogspot.com.br/2012/02/linguagem.html>)











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 Fonte: (<http://aprender-com-evt.blogspot.com.br/2008/09/linguagem-verbal-e-linguagem-no-verbal.html>)



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Fonte: (<http://linuxeducacional.blogspot.com.br/2012/04/dicas-de-aula-criar-jornal.html>)
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2. Observe imagem abaixo, e faça uma possível interpretação sobre a linguagem corporal e o quanto ela pode ser significativa na representação da comunicação humana.


















Fonte: (<http://profsandroalex.blogspot.com.br/2013/03/palavra-linguagem-e-sentido.html>)


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3. Marque (C), para certo ou (E), para errado.


( ) A linguagem pertence apenas à um indivíduo, ele a usa conforme suas escolhas. 


( ) A língua é individual e a linguagem é social, a primeira é desenvolvida conforme a natureza sociointeracional e familiar do indivíduo, a segunda, só existe enquanto no seio social e é moldada conforme seu grupo de falantes. 

( ) O nativo brasileiro por não ter uma cultura definida, fora colonizado pelos portugueses, a fim de aprenderem a viver em sociedade. 

( ) A língua Tupi – Guarani foi esquecida pelos indígenas, porque ela não estava adequada à uma cultura. 

( ) A era colonizadora implantou o que se chama de substrato, ou seja, o Tupi – Guarani fora abandonado, em prol do uso da língua dos portugueses, a qual fora imposta aos nativos. 




Quer saber mais sobre a história da Língua Portuguesa? Leia o livro:

TEYSSIER, Paul. História da Língua Portuguesa. Tradução Celso Cunha. 2 ed. São Paulo: Martins Fontes, 2001.


REFERÊNCIAS



GOULART, Audemaro Taranto; SILVA, Oscar Vieira da. Estudo dirigido de gramática histórica e teoria da literatura. Editora do Brasil, 1975.

MATTOSO CAMARA, Joaquim. Dicionário de Lingüística e Gramática. Petrópolis, Vozes, 1978, pp.230.

SAUSSURE, Ferdinand de. Curso de linguística geral. Tradução de Antônio Chelini. São Paulo: Cultrix, 2006.


WEBGRAFIAS



G1 globo. Disponível em: <http://g1.globo.com/mundo/noticia/2012/11/vaticano-inaugura-departamento-para-difundir-o-latim.html >. Acesso em: 17 jun. 2013. 

WONG, Bárbara. A importância de saber latim no Vaticano. Disponível em: <http://www.publico.pt/mundo/noticia/a-importancia-de-saber-latim-no-vaticano-1584223>. Acesso em: 17 jun. 2013. 

Mundo estranho. Cultura. Disponível em: <http://mundoestranho.abril.com.br/materia/quantas-linguas-existem-e-quais-vieram-do-latim>. Acesso em: 17 jun. 2013. 

Origem da palavra. Disponível em: <http://origemdapalavra.com.br/pergunta/uso-do-latim-pelo-vaticano/>. Acesso em: 17 jun. 2013. 



GABARITO

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